quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

dois pontos percentuais para mais ou para menos


Entenderam o título do post? Não? Ao longo do texto acho que vai ficar mais evidente... =)

Então, como eu havia comentado no último post, na última quarta-feira ocorreu um jantar com a presença de todo o nosso time da Shell com a presença dos nossos chefes (tanto daqui da Polônia quanto os do Brasil). Como assim, chefes do Brasil? Rapidinho: nós (os brasileiros e portugas, vinte e poucas pessoas no total) fazemos parte de um projeto de migração de serviços, ou seja: este serviço que vamos fazer aqui agora (área de crédito e cobrança) é todo feito, até então, na Shell do Brasil, no Rio, no entanto, por uma questão de custos, está sendo quase que todo transferido para este Centro de Serviços Compartilhados, onde pessoas de vários países prestam serviços aos seus respectivos locais de origem a partir de uma mesmo local, reduzindo custos e, teoricamente, aumentado a eficiência.


Brazilian Credit Management Team



Ponto positivo: abriram vagas que requisitavam português e nós estamos aqui (heheh, além da redução de custos, claro).

Ponto negativo: parte das pessoas que desempenham esta função hoje no Brasil perderá seu emprego. É, “simples” assim. Desta forma, nós, embora trabalhando na Polônia, vamos reportar nossos resultados à Shell do Brasil, já que trabalharemos somente com clientes de lá, mas, como estamos aqui, temos dois gestores responsáveis pela nossa gestão aqui, coisas mais operacionais, do cotidiano, como férias, hora-extras e coisas do tipo.

Voltando, bom, o jantar foi tri bom, foi todo bundo,
team building como tem que ser! Cheguei à conclusão de que a comida polonesa não é tão ruim, basta você estar disposto a pagar mais caro por ela, hehehe (ou no caso, esperar que alguém te pague, como foi o nosso caso). Comi bigos (carne de porco refogada com molho, repolho e cebola, bem bom!), sopa de cogumelos no pão (um pouco forte, mas com “sustância”) carne de porco com batatas e um molho bem bom. Obs.: carne de boi aqui praticamente não existe e o que existe é anos luz pior do que temos aí, saudade dum churras...

bigowwws

Sopa de cogumelos

tutti!


Mudando de assunto, estar inserido no cotidiano de um novo país te faz perceber muito mais as coisas do que quando se é simplesmente um turista. Estes dias eu tava pensando sobre isso, sobre como a Polônia, salvas as devidas proporções, é, assim como o Brasil, um país em plena transformação. Isso se percebe nos mais diversos aspectos, como por exemplo:

Economia: segundo a revista The Economist, a Polônia foi o único país da União Européia a apresentar crescimento econômico em 2009 (+1,7%). Isso demonstra um grande amadurecimento das bases da economia, além de políticas macroeconômicas bem calibradas. Ponto pra Polônia! =D

Legislação: por outro lado, os próprios
poles (abreviação de “Polish”) reclamam e reconhecem a absurda burocracia do país, que entrava até uma simples confecção de passaporte. Além disso, pontos como a proibição do fumo em locais fechados praticamente não existem. Ao contrário de países como Espanha, Irlanda e França, por exemplo, aqui na Polônia as pessoas fumam na maior em qualquer ambiente fechado: shopping, restaurante, trem (!!!) e por aí vai. Tá certo que é raro, não é sempre que se vê, mas que as pessoas fumam em locais fechados, fumam, e isso é bizarro. Ponto pro adversário! ¬¬

Pontualidade e assiduidade: bah, disso não dá pra reclamar! Se eles combinam uma hora X contigo, na hora X eles estarão no local combinado. Os ônibus, bondes e trens também, sempre passam religiosamente no horário estipulado (em cada parada, tem um cartazinho com as linhas de ônibus e bondes que passam por aquele ponto e os horários que eles passam por ali em cada dia da semana. Pff, no Brasil, além disso não funcionar, na segunda semana algum marginal já teria arrancado ou pixado o cartazinho...). Ponto pra Polônia! =D

Dualidade comportamental: por anos, o país esteve sob influência soviética. Some-se a isso o fato de ser um país fortemente católico (98% da população). Pronto, eis os ingredientes para uma geração mais velha conservadora e, por vezes, pouco aberta a novidades. Só que, a nova geração (da minha idade e mais novos) já nasceram no final dessa Era e entraram rapidamente em contato com as liberdades e consumismos ocidentais (americanos) e, mais recentemente, europeu-ocidental. Resultado: as mesmas pessoas aparentemente liberais, “moderninhas” e descoladas, às vezes, são as mais conservadoras e caretas. Segundo relatos (heheh...), as gurias daqui parecem umas loucas dançando (fato), se esfregam no cara, rebolam, enfim, DÃO a entender um monte de coisas, mas quando se parte para a “finalização”, caem fora deixando os marmanjos chupando o dedo legal, hahahah. Claro que nem todo mundo é assim e se encontra muita gente open mind por aí...Ponto pro adversário (sim pô, coerência antes de qualquer coisa né?).

Vinisofia: finalmente, o frio tá indo embora! Logo eu dizendo isso, que curto inverno...mas sério, o frio daqui enche o saco, mesmo! A neve tá derretendo e há alguns dias vem fazendo 7, 8ºC durante o dia (com sol!!!), bem bom! Cara, falta de sol não faz bem, definitivamente! Além de dificultar a síntese de vitamina D (pfff, who cares?) a pessoa tende a ficar mais rabugenta. Aqui, de novembro a favereiro (quase cinco meses) o sol pouco aparece. As pessoas ficam mal humoradas e deprês, logo, o que fazer? Beber pra esquecer, óbvio! Olha só, descobri o porquê de tantas gente alcoólatra por aqui...

Por falar em frio, tão rolando as Olimpíadas de Inverno em Vancouver e sério, os polacos dão muita importância, nossa! A ponto de, semana passada numa festa que eu fui, a mulher do bar ficou parada olhando uma corrida de ski (sei lá se esse é o nome) em vez de nos atender, hahahah! Puta fila no bar e a galera vidrada na competição...

Nota feliz do dia: encontrei um apê novo pra morar, eEeeE!!!! \O/ Fica na rua paralela onde moro hoje, a 10 minutos do centro, 25 do trabalho (que é bem fora da mão, por sinal). Prédio e apê novinhos, tudo novo dentro, uma beleiiiza!! Vou morar com o Luis (portuga, meu atual room-mate) e com o Ovelha (Presidente 2009 da AIESEC Sta. Maria). Boh, muita sorte, vamos pagar 960 Zlotys cada um, com tudo incluído (o valor total é 2.900 zl)...um apê desse nível em POA sairia, no mínimo, uns R$ 2.500,00 (o que representa 4.000 zl). Agora sim eu sinto que vida aqui vai começar de vez, ê lelê! =D

Abaixo, algumas cenas do dia a dia cracoviano:

Dentro do bonde, indo pro centro num domingo de sol. =)


Menina-placa em pé, lendo um livro. Placa sim, mas com cultura!


4 portas, conversível, 2cv.


St. Mary's Cathedral


Achei erva aqui!!!


...e guaraná! 5,50 zl.


Proibido sorvetes (?)


No findi, vamos pra Zakopane, uma estação de ski a umas 2 horas daqui, “A capital do inverno polonês”, heheh...vamvê qualé!

Frase topeira nível da semana: Nie mówić Popolsko (lê-se “nie muvic popôslko = eu não falo polonês). MUITO útil tendo em vista meu atual grau de analfabetismo por aqui...mas saiu a confirmação de que a Shell vai nos patrocinar um curso de polonês, língua super útil e falada em vááários países, hahaha! De graça, até polonês, meu filho!





terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tak tak tak, I'm back!

Sim sim sim, tô de volta! Fiquei quase duas semanas away do blog primeiro porque, ao longo deste mês, os treinamentos são durante todo o dia e à noite, quando tava em casa, dava preguiça de escrever e, depois, tava meio sem novidades, portanto, seria melhor deixar acumular um pouco mais de fatos . Na verdade, mesmo agora não tem muita coisa, heheh, mas vamos lá.


No último fim de semana teve o Reception Weekend (RW) para os trainees da AIESEC Polônia, em Wrocław (momento “Sim, polonês é bizarro:” “Wrocław” se lê “ Vrotzsuáv”. O “L” cortado tem som de “uo” ¬¬...e eu achando que se falava “Vroclav” ou então “Vroclau”...pff, doce ilusão!).


Sobre a cidade: Wrocław é a capital da região da Baixa Silésia, localizando-se a uns 270 Km à noroeste de Cracóvia. A cidade tem pouco mais de 600 mil habitantes e, ao longo da história, fez parte da Boêmia (atual República Tcheca), Áustria e Alemanha, tendo sido 70% destruída na Segunda Guerra. Ao contrário de Cracóvia (que não foi destruída), a cidade conservou pouco da arquitetura original, visível principalmente na região central, que detém um casario colorido em estilo alemão bem giro (“giro” é como os portugas dizem “legal”, heheh...). Há umas igrejas bem bonitas, é cortada pelo rio Oder, e, em uma das ilhas no rio, tem uma catedral e uns bares/restaurantes, nice! É cheia de pontes, etc., etc....simpático o lugar maaaas, ainda prefiro Cracóvia, hehehe! =P


Centro


Catedral em uma das ilhas


Mais fotos aqui


Aqui na Polônia, pelo jeito, tem RW todos os meses, parece que o próximo será dia 5/3 em Varsóvia. Cada RW visa “recepcionar” os trainees que chegaram no país no último mês. Neste que nós fomos tinha uns vinte e poucos trainees (muita gente não foi), galera do Brasil, Índia, Taiwan, China (hihihihihi), Indonésia, etc. Seria tri se desse pra fazer isso no Brasil também, mas imagina o custo que seria pra um trainee de Manaus, por exemplo, ir pro centro do país só pra se integrar, hehehe, foda! A não ser que se fizesse algo a nível regional, sei lá, só com trainees da região sul, por exemplo...enfim.


Beleza, na sexta, depois do trabalho, eu, Ovelha, Krysthian, Pedrão, Gabriel, Luís, Jhonny (vulgo “Bracinhuxx”) Jaques e Rafa (trainees brasileiros que estão fazendo intercâmbio em ONGs aqui de Cracóvia) pegamos o trem em direção a Wrocław. Cinco horas depois, chegamos. Estavam nos esperando na estação um pessoal da AIESEC de Wrocław, comemos no Mc Donald’s e seguimos A PÉ (quase virei um sacolé naquele frio) até o lugar onde íamos ficar. Parte do pessoal ficou na casa de alguns AIESECos e outra (na qual eu me incluía) ficamos na casa do estudante lá da cidade...sobre o local, bom, me senti na Febem, Carandiru e/ou derivados, hehehe, mas vá lá, pelo preço que pagamos e pra ficar só duas noites, quebrou o galho.


O destino é um só. Há!


Pedrão no corredor do Carandiru



Deixamos nossas coisas lá e fomos, de novo, A PÉ (incrível, as pessoas lá são meio masoquistas, só pode!) pra festa num lugar de black music....huahuahuahue! Quem me conhece pode imaginar a minha cara quando entrei no tal lugar, né? A solução foi uma só, heheheh....até que em determinado momento a música começou a ficar ok, acho que foi efeito do álcool.


No sábado, tomamos café no refeitório da universidade e à tarde fizemos um city tour, fomos a um museu e ao centro histórico, bem interessante. À noite, de novo, tinha festa, dessa vez num lugar de música cubana só que, um pouco antes de nós chegarmos, estourou uns canos de esgoto do local e não deu pra ficar lá, hahahah, sério! Eu nem cheguei a entrar, mas a galera que entrou disse que tava um fedor de fossa e que os funcionários ficavam passando Bom Ar no lugar, sem sucesso, lógico. Dado o, digamos, “impedimento sanitário” do recinto, fomos catar outro lugar pra ir. Rodamos até que encontramos uma buatchy meio underground (gostei!) e lá ficamos na festa, no melhor estilo polonês: gente dançando como se não houvesse amanhã, muita gente fumando, cerveja relativamente barata e por aí vai...


No domingo, nos acordaram às 9h30 pra ir numa feira de turismo que tava rolando na cidade...interessantezinha até, só que uma hora encheu o saco e fomos dar um volta sozinhos. Às 18h, pegamos o trem de volta, chegamos às 22h30 na Krakowlândia. Valeu o fim de semana, bom conhecer uma cidade diferente!


Vinisofia: cara, incrível como um intercâmbio meio que te tira do eixo! “Tirar do eixo” no caso não tem o significado de pirar o cabeção (tá tá, às vezes tem), mas sim, fazer o cara refletir, repensar no futuro, mudar alguns paradigmas, enfim, sair da zona de conforto MESMO! Eu, antes de chegar aqui, era todo planejadinho: “ah porque, eu vou ficar 1.5 ano na Polônia, aí depois faço um mochilão de um mês pela Europa, depois volto pro Brasil, fico uns dois meses e volto pra Europa pra fazer mestrado e blá blá blá!”. Pfff, besteira! Não sei se com todo mundo é assim mas, foi eu pisar aqui que parece que as certezas sumiram, muito louco! E no fim isso até que tá sendo bom, não reclamo! O negócio é deixar a vida acontecer, buscando, claro, um mínimo planejamento, mas sem engessar muito as coisas. Ficadica (pra mim, inclusive).


Frase topeira-nível da semana: "dzień dobry" (lê-se “djin dobre) = bom dia. Nota: semana passada, eu todo pimpão no centro, fui comprar uma rosquinha numa barraca e soltei sem querer um dzień dobry pro vendedor. Eram 19h da noite.


Feito então! Amanhã vai ter uma janta de integração de toda equipe num restaurante, detalhe: pago pela Shell, ou melhor, Mãe Shell, com a gente diz, hehehe. Investimento em team buiding é tudo! =D

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Just going for it

Pois então, terminada a vida de quase turista, eis que se inicia a vida de quase trabalhador. Todo dia de manhã pegamos nosso rumo em direção à Shell em Zabierzów (lê-se Zabjou...sim, bizarro O_o), um subúrbio de Cracóvia a uns 25 minutos de distância. Digo “quase trabalhador” porque, embora o nosso contrato com a Shell tenha começado dia 1º/2, nesta semana é só apresentação da empresa, bem um Discovery Days mesmo: sessões sobre cultura corporativa, sessões do RH sobre os nossos direitos e deveres dentro da corporação, questões contratuais e mais burocráticas, enfim! Parece que mão na massa MESMO só a partir de março pois, a partir da semana que vem, até o fim desse mês, teremos treinamentos on the job com os nossos gestores, para que aprendamos o trabalho. Curti isso! Cair de pára quedas num lugar é foda, o cara fica muito perdido! O nosso horário de trabalho vai ser das 14h às 22h, pois, como vamos trabalhar com clientes do Brasil, é preciso adaptar o fuso-horário.

Primeiras impressões sobre a empresa? Bah, sério, só as melhores! Pra começar, o lugar onde tá localizada a empresa é o Krakow Business Park (KBP), uma espécie de condomínio de empresas muito show! A Shell ocupa dois prédios desse condomínio e a estrutura é sensacional: duas academias, restaurante, sala de jogos, cafeteria...niiice! =)


Gabriel (SP), Helena e Jhonny (Portugal), parte duxx culeguinhaxx, pá!


Corredor de um dos andares


Work stations


Sala de treinamento


Prontinho, me esperando! =]


Em relação à empresa em si, quando eu digo que esses primeiros dias são tipo um Discovery Days não é uma simples alusão: já consegui perceber VÁRIAS características da empresa e seu posicionamento que em muito me lembram a AIESEC. Pra começar que os valores da empresa são Respeito pelas pessoas, honestidade e integridade, bem parecido com alguns valores da AIESEC. Além disso, hoje tivemos uma sessão sobre Sensibilização Cultural, (quer coisa mais aieseca que isso??) em que todos os 70 novos colaboradores que entraram agora (incluindo os 10 brazucas e portugas que entraram pela AIESEC) foram divididos em grupos (que eram compostos de brasileiros, poloneses, portugueses, etc.) e tinham que discutir questões referentes a, por exemplo, as vantagens e desvantagens de diferenças culturais entre as pessoas e como isso poderia impactar positivamente o ambiente corporativo. Sério, em um determinado momento me senti como se estivesse em uma discussão da AIESEC, muito bom! =) A Shell parece levar bem a sério o bem estar do funcionário, concedendo bons benefícios, horário flexível, ambiente saudável de trabalho...acho que vai ser legal! Esta unidade de serviços da Shell, o Shell Shared Services Center (SSSC) atende a vários países da Europa além do Brasil, por isso, o ambiente é bem internacionalizado, com pessoas de diversos países e todos falando inglês, isso torna tudo ainda mais interessante!

Sobre a vida aqui, ainda tou naquelas de me situar. Já consigo me localizar relativamente bem em alguns pontos principais da cidade, mas ainda assim não é algo tão automático, especialmente quando não se entende picas da língua dos caras!
Sobre isso, olha, já ando meio resignado com o fato de que vou sair daqui com um nível de conhecimento, no máximo, intermediário. Tipo, não tou entregando os pontos, com má vontade ou coisa do tipo, bem pelo contrário, a questão é muito simples: polonês é um língua casca prac*ralho! Tem duas meninas brasileiras que estão começando lá na Shell agora também que vieram pra cá fazer faculdade. Uma tá aqui há 3.5 anos e a outra há mais tempo e ambas vieram pra cá um ano antes de começar a faculdade só pra aprender polonês...elas contaram que, durante um ano, tiveram aula de polonês de segunda à sexta, 8h por dia. UM ano. CINCO dias por semana. OITO horas por dia. Logicamente que, com esse um ano mais o tempo de facul que procedeu este período as duas ficaram fluentes no idioma. Nossa, dá gosto de ouvi-las falar, hehehe! Não que polonês seja uma língua bonita de se ouvir (pelo contrário, é cheia de chiados, esquisita...) mas é legal ver alguém de fora falar tão bem uma língua tão difícil. Então, tou só alinhando expectativas comigo mesmo pra depois não me frustrar: fluência, em 1.5 ano tendo uma ou duas horinhas de aula por semana, vai ser quase impossível. Mas mesmo assim quero fazer as aulas que a Shell vai oferecer, não custa, né? Já que tou aqui mesmo... =P pelo menos me virar minimamente acho que vai rolar!

Enquanto isso, na Krakowlândia (como o Pedrão, carioca, chama Cracóvia, hahaha!) a vida transcorre normalmente. A cidade é bem agitada e, em determinados horários tem até um pouco de trânsito (natural em uma cidade com 800 mil habitantes). Esse trânsito é amenizado um pouco pelo transporte público, composto por ônibus (bem novos), trem (que liga a cidade aos subúrbios) e o tram, bondes elétricos que cortam toda a cidade, muito legal!

Um dos modelos novos de tram. Boa parte já é assim, mas outra ainda é composta por modelos mais antigos e não tão bonitos.


O pessoal brasileiro que mora aqui e mesmo alguns poloneses dizem que Cracóvia está para o Rio assim como Varsóvia está para São Paulo, ou seja: Varsóvia, a capital, é a maior cidade do país, mais sisuda, concentrando boa parte dos negócios, menos festiva e com menos opções de agitação. Cracóvia, por sua vez, é universitária por natureza (sede da Universidade Jaguelônica – em polaco Uniwersytet Jagielloński) uma das mais antigas e prestigiadas da Europa (datada de 1394), além de mais de uma dezena de outras. Essa característica faz com que a cidade tenha um ar muito jovem , arejado e descolado e, consequentemente uma vida noturna beeeem agitada, atraindo pessoas de toda a Europa que vem pra cá nos findis só pra fazer festa (fato, semana passada, na primeira festa que fomos aqui, tinha uns italianos de Turim que vieram só pra isso). Além disso, a cidade é o segundo centro econômico do país, atrás apenas de Varsóvia, concentrando muitos serviços, além de ter uma indústria turística bastante avançada.

No mais, ainda tou tentando a me acostumar a levar sacola no mercado cada vez que vou fazer compras, sim porque, aqui (e na Europa como um todo, acredito eu) eles não dão sacolas, ou tu leva algo de casa pra carregar ou tu compra as sacolas (de plástico mesmo, bem vagabundas) por 10 zl (uns R$ 6,00)...essa é a melhor forma de aprender, mexendo no bolso! Heheh, a primeira vez que fui fazer compras, a polaca do caixa terminou de passar as compras e deixou tudo ali, solto, aí fiquei olhando pra ela com uma cara tipo “tá filhota, vai ensacar esse tróço ou tá difícil?”...aí ela começou a resmungar algumas coisas em polonês, foi quando me dei conta que tinha que comprar as ditas sacolas...vivendo, pagando e aprendendo! Agora não esqueço mais...

Comida: tem alguns pratos,
tipo aquela sopa que mostrei no outro post e o pierogi, que são bons. Ponto. Nenhuma comida aqui é algo sensacional. Tanto a comida típica polonesa quanto a mais "normal" (não polonesa - massa, arroz, salada) é meio inssossa, com pouco tempero. Hoje comi um tal de queijo das montanhas, que é vendido na rua....nuuuuusssa, muito salgado, se um hipertenso come aquilo morre na hora!

Abaixo, algumas fotenhas. Hoje, o treinamento na empresa foi só até o meio dia, aí ficamos a tarde toda passeando (teve sol o dia todo, milagre!!), a Denise (uma das meninas que veio pra cá fazer facul) foi nossa guia, muito tri! Eu, anta, saí sem a minha máquina imaginando que fôssemos ficar o dia todo em treinamento...FAIL! Mas a galera levou máquina e tirou algumas boas fotos...

Depositando 2 pila na caixinha da igreja...ahhh, vale a intenção!


Castelo de Cracóvia


Market Square


Pangaré polaco

Lá, ó!


Pimenta evoluída


Ó a cabeça!!!


Estação de trem


Rio Vístula...baita visual!


Bueno, por hoje é só, amiguinhos! FUI!!!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Having my stuffs done (...)


Má ó eu de novo! Domingo (31/1) vim pro meu host definitivo, pois hoje (1º/2) foi nosso primeiro dia de trabalho na Shell (falo sobre isso no próximo post, senão fica muita coisa num post só! ;)

Olha, a questão do host mereceria um post exclusivo mas, como ficaria um texto muito grande com algo não muito interessante, vou tentar resumir a bagaça: teoricamente, eu ia ficar num apê com mais cinco pessoas: um húngaro, dois alemães, um turco e uma japa. Beleza, no domingo ao meio dia fizemos o check out do hostel onde estávamos e fomos para os nossos hosts com as nossas buddies (é como a @ daqui chama os padrinhos dos trainees). Eu fui pro meu, o Ovelha foi pro dele, a Tássia pro dela e o resto da galera (Pedrão, Gabriel, Alê, Nuno, Helena, Jonathan e Luís) pro deles (um só apê grandão, no caso).

Ótchimo, cheguei no apê onde eu ia ficar, entrei e...m-e-u D-e-u-s! Aquilo era a perfeita definição de um bueiro, sério! Bagunça e sujeira sem precedentes, cheiro de cigarro, um varal (!) com roupas no meio de um dos quartos, enfim, uma filial do Haiti.

Estavam lá o alemão (não lembro do nome), o húngaro (Zolter, tri gente boa) e dois romenos, uma guria e um cara. A japa tava passeando na Eslováquia e o turco sei lá onde tava. Bah, fiquei andando por aquele lugar tentando encontrar alguma porta secreta que desse em algum quarto limpo, tipo, sabe quando tu caminha, caminha, caminha pq tu não acredita no que tu tá vendo? Pois então...

Pelo que tinham me dito, eu ia dividir quarto com um dos alemães...(no caso tinha só um alemão lá, não sei de onde tiraram o outro) a questão é que não existia um quarto pra dividir com um alemão pois, um dos quartos tava o alemão e o Zolter, no outro a Japa e a romena e no outro o romeno e o turco, tipo, fail total! Só pra ter uma idéia, cheguei a tentar cogitar ficar no quarto que estavam o alemão e o Zolter e pasmem: não tinha cama nem cobertor pra mim =O! Eu ia ter que dormir num colchonete que o Zolter tava usando pra isolar o frio que vinha da parede (sim pq, o sistema de calefação daquele pântano tb tava meio capenga). A única coisa que vinha na minha cabeça era que eu tinha que sair de lá JÁ, pois não havia a menor condição de ficar lá. Pena pq o pessoal (pelo menos o húngaro e o alemão) era tri gente boa mas eles mesmos disseram que aquele apê não valia o quanto se pagava por ele e que, pelo que eu vou ganhar aqui (um baita salário para os padrões locais) eu poderia viver bem melhor.

Eu fiquei meio apreensivo né, pois afinal no dia seguinte eu teria que acordar cedo pro primeiro dia de trabalho, sem saber como ir, num frio do diabo e ia estar naquela situação, pior do que quando eu tava no hostel (que por sinal era tri bom, limpo e organizado). Não tive dúvida, na hora liguei pro Pedrão (carioca, um dos parceiros que vai trabalhar na Shell) e perguntei se tinha como eu ir pro apê onde ele e os outros brazucas e portugas estavam e ele disse que sim, sem stress. Bah, na hora chamei um táxi e fui, sem pensar duas vezes, heheh!

Chegando no apê deles, quanta diferença! Um prédio novo, um apê duplex, tri espaçoso e tal...tudo bem que não tinha nada (nada quando eu digo é NADA mesmo, nem talheres, copos, pratos...mas depois veio um cara da AIESEC e o dono do apê e foram com o Gabriel e a Helena comprar e ficou tudo certo).

O aluguel do apê é uns 3.000 zl (Zloty, moeda local. R$ 1,00 = 1,90 zl, aproximadamente). Entre oito, estes mês, o aluguel vai ficar em 375 zl, nem R$ 200,00 pra cada um, muito barato!

Bah, é outra coisa: são três quartos, três banheiros, cozinha, hall, closet e uma sala gigante que transformamos em quarto. Como estamos em oito, ficaram dois em cada quarto, eu tou divindo quarto com o Luís, tuguinha de Lixxboa, pá! Demos uma geral no apê, guardamos as roupas, as louças e tudo mais...e não é que ficou com jeito de casa mesmo? Muito legal, bah, fiquei tri feliz! Tenho cama, edredon, travesseiro, uma beleiiiza! Vou ficar por aqui por pelo menos um mês. À noite, a Natalia (polaca da @ que ta cuidando dos trainees da Shell) veio aqui e disse que se eu quiser posso ficar aqui ou então ir morar no apê onde tá o Ovelha (ele ta num com um eslovaco, uma russa e um turco e parece que um deles tá saindo). Aí eu disse que poderia ser, sem problema...nessa semana ou na outra vou lá ver qual é a do apê, de repente mês que vem eu me mude pra lá, mas durante este mês fico por aqui na república do brazucas e dos tuguinhas, até pelo menos a rotina engrenar, eu saber me virar melhor na cidade, enfim.

Ééé, uma das coisas que eu tenho percebido é que, num intercâmbio o cara tem que buscar respeitar o timing das coisas, não adianta querer sair atropelando tudo que não rola (a não ser em questões básicas, tipo, apto. e cama pra dormir ¬¬).

Nosso prédio em Cracóvia, em primeiro plano.


Vou dar uma passada pelos nossos últimos dias no hostel em que estávamos antes de virmos pro nosso apê. Fizemos o que tínhamos que fazer (abrimos conta no banco, exames médicos, compramos roupas, etc.) e nos períodos livres ficávamos dando banda, comíamos nuns restaurantes típicos pra ver qual é a da culinária polaca, fazíamos fexxxtinhas, enfim, quase uma vida de turista, heheh.


Quadro de avisos do hostel


Pierogi, espécie de ravioli cozido recheado com carne, cogumelos, queijo...


Sopa-branca-com-batata-e-linguiça-que-não-lembro-o-nome-e-me-deu-uma-puta-azia


Tyskie, a melhor é daqui! =P


Walking around


Galeria Krakowska, maior shopping da cidade (um pouco maior que o Iguatemi, mas acho que é o único desse porte aqui)


Walking around


Teatro


Meu banco na Polska


Festí


Saindo do hostel, os dez brazucas e tuguinhas! Ao centro, de cinza e preto, a Natalia, nossa buddie.



Por hora é isso! Queria ter escrevido mais, contado mais coisas, mas a internet aqui no apê ainda tá meio manca e ao longo de toda essa semana vamos ter a On Boarding Week, na Shell, uma semana inteira só de introdução e apresentação de empresa, além de treinamentos e isso vai ser pela manhã e à tarde (nosso horário de trabalho vai ser das 14h às 22h depois). Quero ver se consigo postar algo mais nessa semana! =)


Hasta, babies!