quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vienning


Hmm, the end was not the end. Eu havia dito no post anterior que não falaria mais sobre o assunto “morte do presidente (a.k.a “Rock in Rio Krakow”), de fato, não vou mais falar, só vou sugerir a quem interessar possa a leitura deste post do blog da Tassinha sobre o assunto. Ela foi a única de nós que conseguiu entrar na praça central (provavelmente por ter sido a única a acordar cedo no domingo, heheh...) e assistiu a tudo bem de perto. Como boa jornalista que é, a Tassinha conseguiu expressar bem toda a espetacularização promovida em torno da morte do presidente e das outras pessoas, interessante.


Bom, bora falar de coisas mais interessantes, como por exemplo, o assunto do tópico: Viena! Cada vez me convenço mais de que viajar é o melhor investimento que se pode fazer, disparado! Antes disso, aulinha de geografia:


País: Áustria. (Republik Österreich).

Localização: Europa Central.

Língua: Alemão (oficial).

População: 8.356.707 habitantes.

Capital: Viena (1.681.469 habitantes).

PIB: US$ 297 bilhões (35º do mundo).

Entrada na União Européia: 1º de maio de 1995.

Moeda: Euro.

Distância de Cracóvia: 491 Km.


Saímos da Polônia eu e o Ovelha na sexta às 21h15, chegamos em Viena às 4h50 da manhã de sábado. Não fosse o tempão que ficamos parados na aduana da República Tcheca e depois num posto teríamos chegado mais cedo, afinal, nem é tão longe assim. Logo na chegada, já fomos surpreendidos com as facilidades de locomoção locais: por 10 euros, se compra um passe de metrô com duração de 48h que te dá direito de andar o quanto quiser nesse período, perfeito!

Já no metrô em direção ao nosso hostel, encontramos o Guimba (de Porto Alegre, tá fazendo intercâmbio em Praga) e os amigos dele. Chegamos ao hostel, largamos as coisas, tomamos café e fomos bater perna pela redondeza. Lá pelas 10h da manhã chegou o Guto (que tá em Budapeste), aí fomos ao hostel encontrá-lo e depois continuamos a bateção de perna!


Drops:


- Banheiro que toca Ópera: sim claro, algo tão banal, afinal, na capital mundial da ópera não poderia faltar um banheiro em que este fosse o som ambiente...e o pior é que tive que ir num...e “mais pior” ainda é que custava € 0,60...e mais mais pior de ruim foi que eu paguei, hahahah!!! Primeiro porque eu tava mega apertado e depois, quando eu teria a oportunidade de dar uma mijada ouvindo ópera de novo, em um banheiro temático? Fala sério, enjoy participation e era isso, heheh...como diria aquela velha máxima do intercambista fudido: quem converte não se diverte!



- Metrô (Untergrundbahn): um capítulo à parte e uma boa surpresa. Além da existência daquele passe que comentei anteriormente, o metrô em si é excelente! São cinco linhas (ou seis, dão bi leimbro!) que cortam praticamente toda a cidade, em trens modernos, limpos e MUITO, mas MUITO pontuais! Isso sem falar numa coisa bizarra (bizarra no sentido bom): as catracas do metrô na verdade não são catracas, são só umas porteirinhas com livre acesso aos trens e com a maquininha pra validar o ticket. Só isso, nada mais. As pessoas validam o ticket e passam. Mas se não validarem, passam também! Lógico que deve existir algum tipo de fiscalização, mas em dois dias não vi. Na hora me veio uma nota mental: imagina isso no Brasil? HAHAHAHA, ia dar maluco passando a catraca sem pagar o tempo todo, acho que nem com fiscalização ia funcionar...




- Vendedores de ópera: em Porto Alegre tem gente que compra/vende ouro, corte de cabelo, dentista e tatuagem na rua. Pois é, e Viena eles vendem espetáculos de ópera! Uma viagem, os caras ficam na rua com uma roupa de época vendendo espetáculos nas mais diversas casas de ópera da cidade.

Bem no ínicio do passeio, um deles veio nos vender um...o preço? € 29,00. Na hora pensei: “Ahhh, NO CU, PAPAGAIO!”. Fomos dar mais umas voltas, fiz minhas contas, pensei “hmm, eu tou na capital mundial da ópera e não vou em uma? Foda, hein?”. Juntando isso à pressão da galera, comprei a entrada, tá bom vai...e não é que foi bom?? Mesmo eu não sendo um grande entendido de música clássica, o espetáculo em si foi muito bom, com músicos e bailarinos, programa obrigatório!



- Gente modernosa: sério, nunca vi tanta gente estilosa e bem vestida, com roupas combinando, cabelos bem cortados...dizem que em Berlin é igual. Enfim, o Rey e o Mathias iam adorar, heheh...


- Viena, santinha do pau oco: durante o dia, uma coisa que nos chamou a atenção foi a calma da cidade. Mesmo tenho mais de 1.5 milhão de habitantes, era impressionante a forma silenciosa como a rotina da cidade transcorria, sem buzinas, trânsito caótico, gente gritando, enfim. Até comentamos que a noite lá devia ser morta, sem nada pra fazer.

Há, foi a noite cair pra desfazermos esse conceito: à noite, a cidade mudou totalmente! Os bares do centro encheram de gente, muita galera na rua, trânsito intenso, enfim, agitada a coisa! Ficamos só na ceva no bar mesmo, sacomé, balada é a última coisa da lista numa low cost trip, heheh...


- Churrascaria: siiiiim, encontramos uma em Viena e o melhor, GAÚCHA!!! Távamos de banda pelo centro voltando pro hostel quando passamos pela churrascaria e um dos guris olhou pra dentro e disse: “olha, uma bandeira do Brasil”. Foi quando o outro disse: “meo, olha isso, uma bandeira do RIO GRANDE SUL!!!”. Caralho, não nos agüentamos, entramos lá e fomos conversar com o dono!! O cara é de Passo Fundo e tá sei lá há quantos anos em Viena. Trabalham com ele mais um pessoal de Santa Catarina! Diz ele que parte da carne que ele usa vem do Brasil. O preço do rodízio? € 28,00! Bah, sério, se eu estivesse com mais grana me daria ao luxo, mas definitivamente não era o caso, hehehe...mas valeu pelo inusitado!



- Caminhar com bastões de ski: sabe os bastões que se usa pra andar de ski? Tipo, as pessoas fazem caminhadas usando aquilo, de jovens aos mais velhos...nenhum sentido! O.o



- Quem disse que em viagem low cost não se pode experimentar um pouco da cozinha local? Heheh, por € 3,00 metemos esse cachorro quente aí , muuuito bom! Bucho-entupizeitor de primeira, hehehe...



Ahh, teria um monte de coisas pra escrever, mas não rola ficar enchendo isso aqui com um milhão de detalhes, senão fica chato. Sei que valeu muito a pena, muito bom conhecer uma cidade nova e reencontrar o Guto e o Guimba!




E como não poderia deixar de ser, assim como Roma, Viena também tem suas placas-bizarras-que-dão-margem-a-intrepretações-engraçadas, a ver:


"Proibido casais heterosexuais"


"Permitido ao Freddy Kruger descer as escadas"


"Freddy Kruger: pare e siga à esquerda"


"Lugar reservado ao Papai-Noel"


"Ao ver a árvore assassina, fuja!"


Por falar em viagem low cost, fui com € 107,00 e voltei com....€ 0,68!!! HAHAHAHA, FLAWLESS, VICTORY! Nada como a necessidade pra fazer a utilidade do dinheiro render ao MÁXIMO!


Colquei as fotos aqui!


No mais, tudo indo...rotina no trabalho cada vez mais pegada! E ah!! As nossas aulas de polonês (maternalmente 100% patrocinadas pela Shell, hehe...) começaram na última segunda, vamos ter duas aulas por semana, lá mesmo, 1.5 hora cada. Hehehe, tá divertido até, tamos aprendendo o be-a-bá MESMO, topeira nível total, o alfabeto, os sons, fonemas....enfim! O alfabeto deles é praticamente igual ao nosso, eles só tem umas letras a mais: Ą (tem som de “ôun”, o equivalente ao nosso “ão”), Ć (“tche”, siiim, o tchê tem equivalente em polonês, heheh!), Ę (som de “éun”), Ł (som de “êue”) Ń (som de “N” mesmo, heheh..) Ś e Ź (som meio chiado, tipo “shhh”, mas não sei diferenciar os dois ainda, hauahhauhe! Que lingüinha mais cheia de nuanças, crédow!). Logo vou ter mais repertório e vou poder voltar com a sessão “Frase topeira-nível da semana” aqui no blog! =P


Enfim, fluente é óbvio que ninguém vai ficar (e nem é a intenção) mas acho que, ao final dos nove meses de curso, pelo menos pedir trezentos gramas de queijo no mercado sem ter que fazer mímica e parecer um surdo-mudo, acho que isso vamos conseguir, huhauhaue! Ou não...

domingo, 18 de abril de 2010

Apertem os cintos, o presidente morreu! (final)

Pá, eu estava a pensar (portuga mode [ON]): será que se acontecesse no Brasil uma coisa semelhante a que aconteceu aqui na Polônia, a reação do povo seria tão intensa? Sei lá, não que o brasileiro não seja um povo que tenha respeito e preze seus governantes (embora muitas vezes eles não mereçam) mas não consigo imaginar no Brasil uma mobilização tão grande como a que houve com a morte do presidente aqui.

Toda esta semana que passou foi de luto oficial aqui na Polônia. Como comentei no último post, bandeiras polonesas com fitas pretas eram (e continuam a ser) vistas por TODOS os lados. As matérias de capa de todos os jornais eram só uma e boa parte deles foi ocupada com temas ligados à tragédia (não que eu entendesse o que estava escrito, mas dava pra deduzir, hehehe...).

Depois que foi decidido que os corpos do presidente e da primeira-dama seriam enterrados em Cracóvia então, ixi, a cidade virou um rebuliço, só se falava nisso! Estava prevista a vinda de aproximamdamente noventa chefes de Estado (incluindo Obama, Sarkozy, Angela Merkel, Príncipe Charles) mas, devido às cinzas lançadas pela erupção de um vulcão na Islândia, boa parte do tráfego aéreo europeu parou, inclusive aqui na Europa Central. Cracóvia, que tem 800 mil habitantes, receberia em um só fim de semana mais de 150 mil pessoas! Saiu no jornal.

O enterro do casal aqui gerou bastante controvérsia, basicamente porque, no Castelo de Wawel, estão enterrados os reis poloneses e alguns governantes/figuras que tiveram papel decisivo em momentos históricos do país, enfim, heróis nacionais, o que não se aplicava ao atual presidente. Virou e mexeu e a decisão de manter o enterro dos dois aqui foi mantida. Inicialmente, pensei cá com os meus botões: caralho, não vou sair de casa nesse fim de semana!! Mas depois, repensei: poha, um momento histórico acontecendo e eu vou ficar em casa? Beeem capaz!!! Desde às 0h de domingo, a venda bebidas alcóolicas em Cracóvia foi totalmente proibida e um estrangeiro andar pelas ruas sem passaporte era meio arriscado, tendo em vista o forte esquema se segurança. Hoje, perto do meio dia, peguei meu "vermelinho" (passaporto! =P) e me toquei pro Centro com a galera..

Primeiro, aconteceu um missa de corpos presentes na basílica de Santa Maria, na praça principal. De lá, seguiriam pro Castelo. Como era de se esperar, MUITA, MUITA gente! E o acesso à praça tava bloqueado, ninguém entrava. Ficamos por ali, sentindo o clima e tal, demos uma caminhada até o Wawel, o acesso lá também era restrito, enfim, como esperado. Registrei alguns momentos:


Homenagem em frente à casa de um dos mortos no acidente


Onipresença


Multidão + Basílica de Santa Maria ao fundo


mãe mãe, me leva no funeraaaal? hehehe...


Bandeira polonesa? Nem vi essa semana quase...

Nota random: estávamos voltando quando o Gabriel passa por uma equipe (na verdade, uma dupla) de TV e vê o logotipo no microfone da repórter: era da Record, hahahaha!!! A guria é correspondente da Record em Londres e tava aqui pra cobrir o "evento". O Gabriel e o Pedrão deram um depoimento, mas todo mundo foi filmado e vai aparecer de papagio de pirata na matéria, hahahah!!! Diz ela que vai passar no Domingo Espetacular (o Fantástico da Record) hoje (17h do Brasil) e num outro programa lá amanhã...acho que não vai dar tempo da galera assistir, mas ela pegou o nosso contato e vai nos enviar o link com os vídeos, assim que eu os tiver, passo! =)

Tá, pauta "A morte do presidente" encerrada. Ponto, novo parágrafo! =P

O findi não foi só ligado ao enterro (também conhecido como "Rock in Rio Krakow"). Aqui na Europa, é muito comum ocorrerem tours a pé gratuitos guiados por jovens locais. Um deles, que ocorre todos os dias, é o que vai a Kazimierz, o bairro judeu de Cracóvia. Tinha estado lá duas vezes já, mas sem guia...aí é ruim né? O cara não entende nada simplesmente porque não sabe o que cada lugar representa!

Aí, ontem à tarde fui! Bem tri, valeu o passeio: por 2.5 horas, andamos pelo bairro com o guia nos explicando tudo sobre o local, a história, enfim. Segundo ele, moram em Cracóvia hoje apenas 97 judeus (à época da Segunda Guerra, eram mais de 7 mil! Praticamente todos os judeus daqui foram mortos nos campos de extermínio ao redor de Cracóvia - incluindo Auschwitz). O guia desfez alguns mitos ligados a Oskar Schindler (sim, o mesmo do filme, que por sinal foi rodado aqui!), visitamos algumas sinagogas, o memorial ao Gueto de Cracóvia (local onde os judeus e perseguidos políticos foram obrigados a morar após serem expulsos de suas casas e antes de irem para os campos de extermínio), a fábrica do Schidler, enfim, valeu.

Bom, já assisti A Lista de Schindler, já fui ao tour à Kazimierz, agora tou com embasamento teórico suficiente pra ir a Auschwitz, heheh. Mas esse não vai um "passeio", muito menos divertido (pelo contrário, quem foi diz que o clima é muito deprê), mas tem que ir né, é História!
Tirei alguma fotas!

Mudando de assunto, parafraseando a falecida grande (?) atriz (??) Leila Lopes em seu vídeo que lhe devolveu a fama (???): "Berenice, segura, nós vamos pra Viena!"...siiim, tou indo pra Viena semana que vem! =D Foi má ô meno assim ó:

Última quarta-feira à tarde, o Guimba (parceiro de Porto Alegre que tá fazendo intercâmbio pela AIESEC em Praga) me chama no GTalk:

- Vineee, Viena não nesse findi no outro, foe???

Mil pensamentos na hora: ai caralho, será??? quantocusta???comopaga??
comofas??

Cheguei em casa naquela noite, fiz minhas contas e vi que daria (ia apertar legal o orçamento, mas daria) e feitoo!!! Viena no próximo findi!!! O Ovelha se animou e vai também, e o Guto (que tá em Budapeste) também. Caara, maior concentração de gaúcho que Viena já viu, fato! heheh...praticamente uma extensão da AIESEC Porto Alegre em Viena, que perigon!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Apertem os cintos, o presidente morreu!

Ao contrário do que o título do post possa sugerir, a situação na Polônia não é de caos político, anarquia nas ruas ou outras formas de desordem, pelo contrário: as coisas continuam a andar, as pessoas trabalham, a polícia está nas ruas, obras acontecem, enfim. Por mais que um evento dessa magnitude, em que morreram os dirigentes mais importantes do país, tenha uma baita relevância, não adianta, a vida, a economia e as instituições precisam continuar funcionando.

Vi que a notícia saiu nos jornais do Brasil, mas só pra fazer um resumo: no sábado, dia 10, um avião que contava com quase 100 pessoas a bordo (o presidente e a primeira dama poloneses, o chefe do exército, o presidente do Banco Central e outros figurões) caiu na Rússia, próximo a cidade de Smolensk (froteira com a Bielorrússia). Todas estas pessoas se dirigiam até à Rússia para as homenagens aos mais de 20 mil presos políticos poloneses mortos há 70 anos naquela mesma região pela então União Soviética sob o regime stalinista. Por hora, assume o governo o presidente do parlamento, mas, segundo a Constituição Polonesa, novas eleições devem ser convocadas até sessenta dias após a morte do presidente (as eleições de fato aconteceriam em setembro).

É meio complicado para um estrangeiro se sentir plenamente comovido, acho que só sendo um cidadão do país mesmo. Claro, o cara fica chateado pelas mortes e pela forma como foi, mas o fato de não ser daqui permite que veja as coisas com um pouco mais de distanciamento.

No sábado à tarde, fomos dar uma volta no centro e, já na ida, se percebia que o país estava de luto: bandeiras polonesas com fitas pretas nas janelas, vitrines, nos carros, nos bondes...o Carrefour do shopping não abriria no domingo em homenagem às vítimas bem como eventos esportivos e festivos foram cancelados (até um evento da AIESEC foi cancelado). Fomos à pé até o Wawel (castelo de Cracóvia) e tinha um multidão lá, muita gente mesmo. Depois li na internet que era uma vigília em homenagem às vítimas também. Enfim, uma comoção gigante (e parece que em todo o país tá assim).

Bandeira na saída do meu prédio

Bonde com bandeirinhas polonesas de luto

Velas acesas em frente ao palácio presidencial, Varsóvia

Como em toda história, sempre é bom ouvir outras opiniões, ter outras referências.
Ontem, durante o intervalo da tarde, eu tava conversando com o Krystian (um dos poloneses que trabalha conosco) sobre essa comoção toda e ele disse que há muita hipocresia, tanto da parte das pessoas quanto da mídia, em relação a todo o barulho que tá sendo feito. Segundo ele, o falecido presidente Lech nem era uma pessoa tão popular e querida assim, principalmente por ser um político de direita muito conservador e, por vezes, até mesmo antiquado em determinadas decisões. Os principais jornais poloneses (o Rzeczpospolita e o Gazeta) sentava o pau direto no cara, por exemplo. O Krystian é de Varsóvia e, segundo ele, durante o mandato de prefeito do ex-presidente, a cidade pouco avançou, poucos investimentos foram feitos e por aí vai. Some-se a isso o fato de o cara estar cercados de figuras sabidamente corruptas . E, pra piorar, o fato de o falecido presidente não ser uma pessoa das mais polidas, não falar inglês e etc. o fazia menos popular diante da classe média/alta polonesas (aliás, já vi um cenário parecido com esse em uma certa república da América do Sul, heheheh...).

O Krystian é um crítico ferrenho da Polônia e largou que, agora as pessoas pelo menos tem do que falar aqui e que essa morte do presidente mais parece um reality show, heheheh....bom, o cara nasceu e se criou aqui né, algum embasamento ele deve ter, eu só ouço. O fato é que, embora fosse um "euro-cético", o país avançou muito nos últimos anos, tendo sido o único da Europa a não entrar em recessão durante a crise mundial, ponto pra ele.

Ah, o Luís (portuga que mora comigo) acabou de vir me falar (e depois confirmei): o enterro do cara e da primeira dama vai ser AQUI EM CRACÓVIA, no Wawel (onde tão enterrados os reis poloneses) e detalhe: vem pro enterro Obama, Dimitri Mdvedev e cia. Ltda, tá aqui o link com a notícia, mais de 1 milhão de pessoas são esperadas. =O CARALHOOOO, essa cidade vai virar um caos, imagina??? Sábado e domingo, quem puder, que vá dar a sua banda em outros pagos, porque Cracóvia vai tá virada um pandemônio...

Catedral do Wawel (foto tirada por mim)

Mesmo sendo um evento triste e a cidade enchendo de gente, presenciar um momento histórico como esse acho que vai ser, no mínimo, interessante. Como diria o Anonymus Gourmet, "voltareeemos!"




sexta-feira, 9 de abril de 2010

Romani per tre giorni

Não, eu não traduzi o título do post no Google Translate, afinal, um semestre de aulas de italiano e escutar a mãe assistir à RAI de vez em quando me permitiu ter uma compreensão mínima (ainda que em um nível Topeira Master) da língua.

Só tenho uma coisa a dizer sobre a viagem: sensacional! Não tem outra definição, Roma é a materialização de boa parte de todas aquelas coisas que o cara via nos livros de História e nos filmes e que pareciam tão distantes!

Durante os nossos dias por lá, foi nossa guia a Lela (Eleonora) italiana de Roma mesmo, amiga do Gabriel que passou um tempo em São Paulo ano passado! Bah, muito querida a guria, montou um roteiro pra nós, deu altas dicas de onde ir e como fazer pra ir, nos acompanhou em vários passeios, enfim, gente fina pra*aralho! Depois, se juntou a nós o namorado dela, o Marco, cara muito gente boa também! No sábado à noite nos levaram numa cantina muito confirmada, fomos passear, comemos pasta, bebemos vinho, fomos numa festa na praia (sim, Roma tem praia de mar, a uns 30 Km do centro...ventania e frio, eu e o Ovelha nos sentimos em Capão, hahahah!!!).


Cantina



Lela e Marco...aprenderam a técnica do mini hang-loose direitinho, heheh...


Chegamos na sexta pela manhã, largamos as coisas no hostel e fomos bater perna! Logo na chegada, bateu aquela sensação boa de se sentir meio que em casa, saca? Nossa, muito bom poder entender (ou pelo menos deduzir) o que está escrito nas placas, nos cardápios, no jornal, enfim! Além disso, Roma tem um uma sistemática muito própria, um jeito latino de ser que nos é muito familiar, com a vantagem de estar na Europa, hahaha! Nada como pisar na faixa de segurança e os carros pararem, ô delícia! Já se fosse em Porto Alegre, hehehe....


Nos dias seguintes, fizemos todo o roteiro básico de turistas na cidade: Vaticano (Museus Vaticanos, Basílica de São Pedro e Praça de São Pedro), Coliseu, Foro Itálico, Foro Romano, as 1817287897 praças da cidade (Piazza Spagna, Piazza Navona, Piazza del Popolo, Piazza de la Repubblica, etc, etc...), Pantheon, Igrejas, Basílicas...


Por sinal, vendo aquela opulência toda do Vaticano cheguei a uma conclusão: a Igreja Católica é uma das maiores (senão A maior) multinacional do mundo. Fato. Meo, o business dos caras é muito bem estruturado, até banco próprio eles tem!!! Nota: pra entrar na Basílica de São Pedro, a fila tava giganteeesca, sério, certamente mais de 10 mil pessoas, muita gente! Foi quando o Gabriel foi até um guichê pegar os ingressos para a missa de Páscoa celebrada pelo Papa (que por sinal, não fomos) e conseguiu entrar pelo outro lado...ahh, pra que, né? Fomos também, hehehe...brasileiramos legal nessa, mas valeu a pena, à parte da questão religiosa, a Basílica como um monumento artístico/histórico é algo realmente fascinante, gigantesco, vale a visita!


Roma Top Facts:


1) Vespas/scooters: uma das marcas registradas da cidade, tão por todos os lugares e em grande quantidade.



2) Smart: o carrinho é outra presença constante, tem muuuuitos lá, mesmo! Em alguns lugares, chegava a ter três estacionados, um atrás do outro! O Marco contou que o Smart faz muito sucesso em Roma porque na cidade é muito difícil de estacionar, principalmente por conta da grande quantidade de carros e pelas ruas estreitas muitas vezes.




3) Gelatto: FAN-TÁS-TI-CO! O melhor sorvete que já tomei na minha vida sem dúvida! A Lela nos levou numa gelatteria no centro, a mais antiga de Roma, pedi um sorvete médio de limoncello (espécie de licor de limão muito popular por lá), côco e chocolate...por cima ainda colocam uma pazada de chantilly...sabor e satisfação garantidos por apenas € 3,50! =)



4) Pizza: bem que ouvia dizer que a pizza italiana não tinha nada de mais...é, de fato, não tem nada de mais. A massa é super fina e quebradiça, o molho, meio sem graça e o recheio, cenográfico. Pizza é um raro caso em que os supostos “inventores” fazem pior do que os que copiam, no caso, nós, heheh...


5) Indianos: por todos lados. De todos os tamanhos. Vendendo todas as coisas possíveis e imaginárias. Incrível, nunca imaginei que fosse ver tanto indiano numa cidade! Inclusive, foi de um deles que compramos as capas de chuva rosa que estamos usando nas fotos...ahh, domingo tava chovendo, a gente não ia perder um dia de passeio, né? Hahaha, coisa linda, eu, o Ovelha e o Gabriel parecíamos uns Teletubbies...



6) Uma simples caminhada por uma ruazinha qualquer pode acabar se tornando um baita passeio...tu vira uma esquina qualquer e pá! Dá de cara com um monumento/sítio arqueológico muito foda!


Monumento à Pátria (ou ao Rei Vittorio Emanuelle)


Bom, só sei que valeu cada centavo a viagem e, por falar nisso, tinha colocado a meta: ir com € 215,00 e fazer a viagem (contando o hostel) render dali, sem usar o cartão de débito pra nada eee...VITÓRIA!!!! Voltei com € 7,55!!! \O/ Ser economista e ter sido VP Finanças adiantaram pra alguma coisa afinal, hahahah!


Nota random: heheh, algumas placas de Roma dão muita margem a interpretações engraçadas, tipo essas:


"Permitido utilizar as escadas como tobogã"


"Permitido atirar-se do alto do castelo"


"Ao ficar com a mão presa na porta, faça tumbs up!"


"Ao ficar preso na porta do metrô, encoxe-a"



"Ao ficar preso na porta do metrô, acene!"



Chegamos de volta na segunda de manhã...detalhe: o feriado de Páscoa na Polônia é na segunda, não na sexta, a cidade tava absolutamente morta, TUDO fechado, ninguém na rua, nem a praça de alimentação do shopping aberta! Tivemos que pegar o almoço no Mc mesmo. Mais tarde, o pessoal que mora aqui há mais tempo disse que feriado religioso é levado muito a sério na Polônia, o dia é pra passar com a família mesmo, tudo fica morto, as festas não bombam, as pessoas ficam em casa, enfim. Bom saber disso pra me programar e cascar fora daqui no Natal, hehehe....


Fotos da viagem aqui (coloquei legenda e algumas delas).


Agora, foco na próxima viagem, em maio, Budapeste!!! Pode me esperar com o chima pronto, Gutão! =P

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A curva (com "c", não "k") do intercâmbio e outros tópicos

Tenho andando meio pensativo nestes últimos dias, bem mais do que eu costumo ser. Com a chegada da rotina, seus horários, tarefas e regras, tudo tende a entrar num ritmo tão automático que o cara nem pára pra pensar, principalmente um intercambista, que vive com a cabeça na velocidade máxima...se não está pensando no que fazer no fim de semana, tá pensando no trabalho, se não é no trabalho, é na próxima viagem, enfim.

Li um post no blog da Tassinha, mineira de BH que também veio pra Shell por meio da AIESEC, sobre a teoria da curva dos choques culturais, basicamente, um representação gráfica do teu estado de adaptação em relação ao novo meio em que a pessoa se encontra. Segundo a teoria, as fases de um intercâmbio se dividem em "Lua de mel", "Descendo a ladeira", "Encarando a realidade" e "Em casa". Não vou me ater muito à descrição porque a Tassinha explicou isso super bem no blog dela, quem se interessar, tá aqui o link!

Analisando a descrição e olhando pro gráfico tentei me encaixar em algum lugar daquela linha...cara, difícil! Cada dia é um dia...dependendo do dia, parece que já se está no "Em casa" fácil fácil (como no dia do meu aniversário e no findi seguinte, por exemplo) mas depois é só voltar à rotina e volta a fase da hostilidade e nessa gangorra o cara fica, indo e voltando...

Com algumas coisas não concordo, como o tempo de duração da lua de mel, por exemplo. Meo, aquele período de novidade, em que tudo é lindo e blá, pra mim, durou pouco menos que um mês, mesmo. Sei lá, vai que o gajo tá fazendo intercâmbio numa cidade gigantesca, em que todo dia se descobre algo novo e tal, até vai...mas caso o contrário, acho difícil a fase das novidades durar dois meses como diz no gráfico...haja novidade, hein? heheh...

O mais legal disso tudo é que, a pessoa tendo condições mínimas de sobrevivência no seu local de intercâmbio (casa, trabalho definido, dinheiro pra se manter, etc.) essas fases vão se sucedendo naturalmente e acho importante viver cada uma delas, faz parte do aprendizado, né?
E eu, onde eu me encontro nessa história? Bueno, procura pelos pontos vermelho, verde e amarelo logo abaixo...nas últimas semanas, é por ali que eu tenho oscilado, heheh...
Comentei em um post anterior como um intercâmbio tem o poder de fazer o cara repensar um monte de coisas, planos, conceitos, enfim. Hoje, se alguém me perguntar "Vini, o que tu quer fazer depois do intercâmbio?" eu simplesmente daria de ombros e faria aquela cara de dúvida de quem realmente não sabe a resposta, heheh...temvezes que acho que um ano e meio é tempo de mais, tem outras, que acho o tempo ideal...em outras (a maioria) não sei o que achar, heheheh....

A Shell é a segunda empresa grande em que trabalho e, mais uma vez vem a pergunta: o que é melhor, trabalhar numa multinacional gigantesca e ser mais uma "formiguinha no formigueiro" ou trabalhar num empresa menor e se destacar de maneira mais rápida? Ou então abrir o próprio negócio? Ou então estudar para um concurso público de algum cargo foda e ganhar bem sem ter maiores preocupações? Como tudo, trabalhar numa empresa grande tem as suas vantagens, como os polpudos benefícios oferecidos (o que já rendeu o apelido da nossa parte de "Mãe Shell"), estrutura física e corporativa acima da média, com um RH ativo e preocupado com o desenvolvimento do funcionário...por outro lado, tem desvantagens, como engessamento para implementar novas idéias devido aos milhares de níveis hierárquicos, dificuldade de resolver problemas simples de tecnologia da informação simplesmente porque o help desk se encontra no Reino Unido é atendido por indianos e malaios com sotaque quase que incompreensível, (hahaha, quem da galera que tiver lendo isso, vai dizer, não dá um desânimo quando tem que ligar pro help desk??), pelo fato de ser uma empresa gigante, o teu trabalho pra se destacar tem que ser EXCELENTE, porque gente fazendo o feijão com arroz tem aos montes...
De qualquer forma, já percebi que o negócio é se esforçar pra deixar as coisas rolarem naturalmente, afinal, ainda tou muito no início do intercâmbio, tem muita água pra rolar...agora, se eu chegar em abril do ano que vem ainda sem a menor noção do que fazer após o intercâmbio, aí sim é pra se preocupar, hahahah!! Mas acho que não vai acontecer não, I hope! =)


Enfim, vantagens, desvantagens e assim vai indo...sei que tou curtindo, sabe? O clima no trabalho é muito bom, todo mundo se dá bem e o nosso chefe, o Michal (lê-se "Mirráu") é um eslovaco muito louco, hahaha! Sério, o cara não tem nem trinta anos, já morou no Reino Unido, Japão e é tri gente fina! No meio do trabalho, do nada, ele solta umas gargalhadas MUITO altas, basta alguém contar algumas coisa engraçada pra ele (ou nem isso, semana passada, deu um black out na empresa, o computador de uma das meninas queimou e ele simplesmente começou a rir que nem uma criança!!). Fora isso, a galera anda ensinando uns palavrões pra ele em português, então volta e meia ele passa pela mesa de alguém e diz "what are you doing, carrralho?", hauahuhauhe, muito bom! Neste vídeo aqui que o Gabriel gravou na feijoada da semana passada, o Michal se mostra um aluno aplicado, hehehe....

Outra coisa que torna a rotina diferente do normal é que, como trabalhamos alinhados com o horário do Brasil (já que atendemos clientes brasileiros) e são cinco horas de diferença agora que começou o horário de verão, trabalhamos das 14h30 às 23h, ou seja: a maior parte do dia de trabalho estamos sozinhos na empresa, já que as pessoas "normais" trabalham das 7h às 15h. Achei que fosse estranhar esse horário invertido, mas, como passei do primeiro ao último semestre da facul tendo aula à noite, de segunda à sexta, até que não é tão estranho assim...

Feliz Páscoa, meu povo, porque a minha vai ser em Romaaa, woo hoo!!

bacci!