quinta-feira, 23 de junho de 2011

No divã com o zíper

Após mais de seis meses de ausência, sei lá por qual razão senti vontade de espalhar as palavras na tela de novo. Quer dizer, pensando bem, sei a razão sim.


Estive em Munique dois fins de semana atrás visitando a Tassinha e o Kiko, eis que ela me pergunta: “e o blog Vini, morreu mesmo hein?”.“Ahh, sabe como é né…acho que perdi meu ímpeto repórter com o passar do tempo…”, resposta padrão que lanço como justificativa para meu ocaso blogueiro.

Fiquei pensando naquilo depois, em como eu era efetivo em relação ao blog outrora e o quão relapsa havia se convertido minha atitude no que diz respeito ao mesmo. Refletindo cá com meu zíper (porque essa coisa de pensar com os botões é muito old fashion) concluí que o tal do ocaso se deveu basicamente ao fim do “efeito novidade”, uma vez que dado o tempo que estou fora, viver esta experiência e sua rotina já não apresenta fatos novos o bastante que seriam suficientemente interessantes a ponto de serem relatados…ou vai ver que eu é que não tenho uma verve criativa o suficiente para torná-los interessantes, vai saber…


Agora, o que acredito ter sido decisivo mesmo foi algo meio estranho, que não sei explicar bem em palavras…quando cheguei em Zurique há sete meses, fui tomado por um sentimento como que egoísta, do tipo “agora, quero viver essa experiência pra mim” como se compartilhá-la de alguma forma a fizesse menos autêntica e/ou intensa…hmm, sei lá, devaneios.


Apesar da baixa atividade do blog, a minha cabeça continuou a mil (minha velha mania de tentar prever as coisas…) esta, aliás, é uma característica pessoal que ficou bastante explícita em alguns posts, quando eu ainda estava na Polônia mas uma coisa é fato: essa diarréia mental toda, embora cansativa e angustiante em alguns momentos, me ajudou a clarear muita coisa. Não há como equacionar (ou tentar, pelo menos) uma questão se não pensarmos nela. Muitos pontos embaçados em outros momentos hoje se apresentam bem mais nítidos na minha cabeça, desde coisas mais práticas e específicas como áreas em que gostaria de atuar futuramente até as mais filosóficas como os valores e abordagens de uma empresa que me fariam ter vontade de trabalhar lá ou ainda conclusões como “IDH elevado não significa felicidade, necessariamente”…bom, pelo menos dependendo do momento de vida em que a pessoa se encontra.


De qualquer forma, a vida tem sido boa. Vida de trainee é boa, tem (quase) todos os elementos pra sê-la, em geral: uma realidade distinta que, por mais familiar que possa parecer passados alguns meses, sempre vai ser diferente (fator reforçado constantemente pelo fato de não entender picas do que estão falando a minha volta), a possibilidade de conhecer novos lugares, a convivência diária (tanto em casa quanto no trabalho) com pessoas tão diferentes, etc.


Pessoas. É o que torna tudo tão único e intenso, no fim. Estar com outros trainees e perceber que é possível estabelecer laços reais de amizade e afeto mesmo que as nossas culturas divirjam em alguns (ou muitos) pontos, que não nos façamos entender com 100% de precisão 100% das vezes ou então que um hábito comum no país de origem daquela pessoa é considerado “falta de educação” no meu país não tem preço, definitivamente. Diria que esta foi a maior conquista desta segunda experiência fora, algo que sempre tive como ideal de um intercâmbio mas que infelizmente, dada a peculiariedade da nossa situação na Polônia, não consegui ter em Cracóvia.


Por um tempo, o fator pessoas (ao lado de outros fatores, é bem verdade) foi o que me fez ter dúvidas se deveria ir embora mais cedo ou não (ou mesmo se deveria ir embora). Eis que do nada caiu uma ficha que, ao falar agora parece muito óbvia mas à época não parecia tanto: tanto eu quanto 90% dessas pessoas que fazem a diferença pra mim aqui hoje (os outros 10% são locais ou ex-trainees que foram contratados) estamos na mesma situação, qual seja todos em relativo início de carreira, tentando descobrir seus gostos e aptidões, muito de nós solteiros e sem nada que nos prenda a lugar algum. Ou seja, assim como estão todos aqui hoje, daqui a quatro meses pode estar menos da metade…ou mesmo ninguém.


Deixar de conviver com quem se gosta é dolorido e causa um vazio imenso, fato consumado. Mas passa, sempre passa e os laços verdadeiros e bem “atados” permanecem, sempre, por maior que seja o oceano existente entre as pessoas. Foi assim quando fui de Estrela para Porto Alegre, de Porto Alegre para Cracóvia e de Cracóvia para Zurique e será assim de Zurique para [PREENCHA AQUI COM O PRÓXIMO LOCAL ONDE VOCÊ ACHA QUE EU PODEREI ESTAR].


Sei que tou em paz comigo mesmo e com as minhas decisões e começando a me animar com as perspectivas! O binômio tempo+oportunidades é o que vai ditar o ritmo da coisa toda (no meu caso), é dar tempo ao tempo e esperar pra ver.



A partir do dia 17/8 vai ser o momento de colocar todas essas teorias bonitas em prática, heheh…vamos ver se funciona! : )

domingo, 2 de janeiro de 2011

e foi 2010. e nem doeu.

"Agora 2010 taí e, pela primeira vez em alguns anos, definitivamente não sei o que esperar de um ano. Acho que o ser humano, por mais que diga que não, gosta de uma certa previsibilidade."


Essa foi uma das frases com a qual eu iniciei meu blog neste post, uma semana antes de vir. Este post é mais pra registro mesmo. No fim, 2010 veio com tudo, cheio de alto e baixos, muitas incertezas, me apresentou pessoas das quais vou lembrar pra sempre (ou pelo menos por um bom tempo), conheci lugares que até então pareciam inacessíveis e distantes (and counting) e somando, dividindo e fazendo uma média ponderada pode-se dizer que o ano foi excelente, de mais! Hoje, quase um ano depois, devo fazer uma ressalva no que escrevi: ser humano gosta de previsibilidade...talvez. Põe ele a viver em outro país (ou nem isso, outra cidade até) pra ver se isso se mantém. No meu caso, não. Viver com previsibilidade total é chato. O problema é que viver sempre assim é insustentável (pelos padrões "normais"). Mas quem disse que a gente tem que viver na normalidade sempre? Tá, parei com os devaneios.


Datas redondas, como o primeiro dia do ano, despertam meu lado viajante e me fazem ver como o tempo passa rápido. Lembro direitinho de mim, na virada 2009/2010 lá em Capão, com a família, indo assistir à queima de fogos na praia e tal. Bah, parece que foi ONTEM...mas tipo, ONTEM mesmo, saca? O.o

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Aleatoriedades

Matando tempo Navegando pela internê dia desses me deparei com duas notícias relacionadas à Suíça as quais me chamaram atenção, a primeira foi esta.

Chamou a atenção primeiro pelo fato de UBS e outros bancos suíços não terem sofrido impactos tão grandes com a crise quanto os observados em bancos americanos (portanto, não sofreram grandes arranhões nas suas imagens por conta disso) e, segundo, cá pra nós, acho que o que define mesmo a credibilidade de um banco (e de qualquer empresa) é a seriedade e transparência como as coisas são feitas além da qualidade dos serviços, lógico. Por sinal, minha conta aqui é no UBS...se o banco fizer alguma merda com o meu dinheiro, já sei qual argumento vou usar quando for à agência xingar o gerente: "gerente FDP, tu fez merda com o meu dinheiro porque a tua gravata não combina com a tua estrutura óssea, sabia que isso ia acontecer! Vou xingar muito no Twitter! Ameacei."

A outra nota que chamou a atenção foi esta.

De fato, acho que o poder aquisitivo do brasileiro aumentou nos últimos anos, até com isso já tão gastando dinheiro, hehehe! Uma hora dessas quero passar lá na frente pra ver como é, só de curioso mesmo.

No mais, curtindo a vida e a rotina aqui. Cada vez mais integrado no trabalho e com os outros trainees, tou gostando dessa bagunça. A empresa por enquanto tem se mostrado um bom ambiente pra se estar (talvez pelo fato de eu ainda estar aprendendo e não ter pegado DE FATO no batente, heheh...). Semana passada teve festa de fim de ano numa buatchy que dizem ser uma das mais caras da cidade...foi boua a festa, temática Rock, curti!

Terça passada teve jantar de encerramento da área financeira, tri também! E no sábado rolou o jantar de Natal da AIESEC Zurique, foi num restaurante, todo CL tava lá e alguns trainees, gostei! Teve fondue de queijo e, bom, se eu disser que não achei tããão bom? No Brasil comi um melhor uma vez, heheh...(bah, eresia total dizer isso na Suíça). É que aqui eles colocam um queijo (cujo nome dão bi leimbro) que confere um gosto muito amargo, a ponto de quase estragar a experiência, hahahah! Mas tá, valeu!

No mais, ndo pra Portugal amanhã, vou passar Natal e Ano Novo com meus amigos tugas com quem trabalhei na Polônia, além do Pedrão e do Gabriel. Como não se trabalha na Kraft na última semana do ano (siiim!!!!) volto só dia 2 de janeiro...#vidaseverina

boas festas, bitches!




segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Stadt Zürich

Sempre quando eu pensava em Suíça e mesmo em Zurique, antes mesmo de saber que eu vinha pra cá a imagem que me vinha à cabeça era uma só: organização, precisão e qualidade, não necessariamente nessa ordem. Enfim, praticamente uma casa de bonecas.


Ao completar duas semanas aqui hoje, dá pra dizer que muito disso se confirma, de fato, um dos orgulhos nacionais é justamente o jeito de se fazer as coisas. Por outro lado, mesmo aqui se observam algumas, digamos, "assimetrias", como ruas nem sempre tão limpas...mas tá, nada que se compare ao centro de alguma grande cidade brasileira.



Bandeira de Zurique



Brasão de armas

Zurique, ao lado de Genebra (segunda maior cidade suíca) são conhecidas como "as menores metrópoles do mundo", uma referência ao fato de serem cidades relativamente pequenas mesmo para os padrões europeus (a área urbana de Zurique conta com 380 mil habitantes, já a região metropolitana abriga mais de 1 milhão) mas, mesmo assim, desfrutarem de uma atmosfera significativamente cosmopolita além de contarem com todas as opções de um grande centro.

Qualquer centro importante tem pelo menos um fator de atração que o faz dessa forma. No caso de Zurique, o fato de a cidade sediar grandes instituições financeiras (destaque para os bancos Credit Suisse e UBS), empresas e outros serviços (além da localização estratégica bem ao centro da Europa) fizeram da cidade um grande pólo de atração e conferem a mesma um tom de diversidade incomum em uma cidade de apenas 380 mil habitantes.

Maior cidade da Suíça germânica (e da Suíça em si), tem como língua corrente o alemão (suíço-alemão, dialeto bem diferente do alemão falado na Áustria e na Alemanha, mas essa fica pra outro post) no entanto, é possível se comunicar em inglês com bastante facilidade. Além disso, muitas placas e avisos encontram-se em francês e italiano, duas das quatro línguas oficiais do país (a outra e menos falada e o romanche).


Pontos fortes:

- sistema de transporte público eficiente, composto por trens, trams e ônibus (estes últimos, não muito comuns). É possivel ir a todos os lados da cidade com certa agilidade e bastante qualidade (trens novos e bem confortáveis), o preço, porém, não é lá dos mais convidativos: o bilhete diário para duas zonas custa 8 CHF (francos suíços, 5 euros, aprox.). O negócio pra quem vai morar aqui é comprar o passe mensal que sai bem mais em conta (no nosso caso, a empresa paga o VT anual, grazie a Dio, senão tava ferrado!). Mas pra quem vem passear, não adianta, paga caro merrrmo, heheh...

- segurança: como na Europa em geral, é bem policiada e tem-se uma boa sensação de segurança.

- Clima e horário: olha, não sei se é porque vim da Polônia mas aqui tenho passado BEM menos frio do que la (tá, tá frio mas nem tanto...semana passada fez espetaculares 10ºC e sol, algo quase impensável na Polônia nessa época). Além disso, aqui anoitece uma hora mais tarde (em Cracóvia, 15h30 já comecava a baixar a luz e 16h15 já era noite...aqui, começa a baixar às 16h30). Ainda bem, porque isso de ficar escuro cedo de mais é meio deprê.

Pontos baixos:

- no domingo, tudo fecha. Shopping, comércio em geral, tudo! Apenas alguns mercados na estação central e restaurantes abrem. Pra que trabalhar no domingo quando se tem um Estado 'paizão' dando um help, né? heheh...

- o pessoal que tá morando aqui há mais tempo diz que, justamente pelo fato de a cidade funcionar bem e ser organizada a vida aqui às vezes adquire um viés um tanto quanto previsível. Dizem eles que Zurique em geral e uma cidade com ar mais pacato, embora tenha visto que existe um bom numero de pubs e festas (alternativas, inclusive!!!) por aqui...vou começar a explorar mais nas próximas semanas! :)

Ontem saí pra dar umas bandas e tirei umas fotos, tá aqui ó!

Tschüs, leute! _O/

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Notícias do lado de cá - II


Bom, resolvi ser um pouco menos desnaturado e dar notícias, mesmo tendo chegado há mais de uma semana.

Vou dividir a coisa em tópicos, alguns dos quais pretendo me aprofundar mais adiante. (Obs.: ficou grande o post!)

Despedidas: deixar Cracóvia, a Polônia, os amigos e tudo o que isso representou pra trás não foi fácil, mesmo. Despedir-se nunca é fácil mas essa despedida teve algo que a tornou diferente das outras. Família, amigos e cidade no Brasil eu sei que um dia vou reencontrar, pelo menos com mais frequência, diferentemente das pessoas que conheci neste tempo na Polônia. Agora, cada um vai pra um canto diferente, sabe-se lá onde, quando e se vamos conseguir reunir todos um dia. Só tem uma frase que define bem esse sentimento: é foda. É muito foda. Mas faz parte e a vida segue.

Viagem de vinda: vôo Cracóvia - Zurique com conexão em Berlim, aparentemente tudo em riba. Ledo engano.

Round 1, a bagagem: limite de uma mala de 20 Kg (tolerância de 2 Kg) mais outra de mão de 6 Kg. Cara, te dizer, fazer a tua vida toda caber em 28 Kg N-Ã-O D-Á! Mesmo tendo despachado uma caixa com 13 Kg ainda assim paguei 12 Kg de excesso (100 euros...#meucu).

Round 2, correria: o Pedrão foi pra Espanha fazer um curso de Espanhol agora em dezembro e tinha vôo praticamente no mesmo horário que eu, combinamos de ir juntos. Segunda de manhã, tudo pronto, ligo pro Pedrão e ele: "aluôÔô....vini, que horas são?". Car#lho, o mala perdeu a hora e, pra piorar, nevava bolas de pingue-pongue em Cracóvia (carregar quase 30 Kg de bagagem na neve NÃO é legal). Sei que chegamos em cima do laço no aeroporto, correria mas deu. Detalhe: vim vestindo quatro casacos, não couberam na mala, quase morri. Chegando em Berlim, mais correria, já que o tempo entre um vôo e outro era de só 50 minutos, deusdocéu, COMO eu corri naquele aeroporto pra achar o portão de embarque, nossa! Mas no fim deu tudo certo.

Chegada: tavam me esperando o meu buddy, Matthias e mais uma guria. Me trouxeram pro apê, explicaram um pouco a sistemática das coisas aqui em ZRH, depois me levaram pra comprar um chip novo e comer, gente boa! Tou morando num apê com mais dois trainees, a Immah (queniana, gente finíssima, fez o primeiro intercâmbio dela no Brasil e fala português) e com o Vlad, ucraniano, mais na dele. Tá pra chegar uma turca até o fim do mês. No apê de cima, moram mais quatro: Andreu (espanhol), Daniel (portuga...yeah, tugas everywhere!), Matti (finlandês) e Tsveta (búlgara). Todos são trainees na Kraft. Legal é que o trânsito nos apês é livre e as portas ficam destrancadas, curti isso! A galera parece bem tri, já teve até jantar búlgaro na sexta que a Tsveta fez!

AIESEC Zürich: diferentemente da AIESEC Cracóvia, são inclusivos e gostam de ter os trainees partipando da vida do CL! Quarta passada fui a uma reunião geral e me senti em casa, eles são bem parecidos conosco, nas piadas, jeito, enfim, perfil em geral. E as reuniões são em inglês tendo em vista que alguns membros são estrangeiros que tão estudando aqui. Amanhã tem eleição do novo EB, me convidaram pra ir, se der, vou. Vamvê se a boa impressão se mantém.

Trabalho: ainda tou aprendendo, portanto, às vezes ainda fico meio no vácuo mas tá tri. A empresa é ótima, clima descontraído, a maioria absoluta dos funcionários é estrangeira, logo, toda a comunicação se dá em inglês. No time em que eu trabalho trabalham um canadense, um inglês, um eslovaco além do nosso chefe, que é alemão. Além disso, tem chocolate de graça, weee /O/ mas vou me controlar, senão saio daqui direto pra uma cirurgia de redução de estômago! :S

Zurique: embora bem menor do que Cracóvia (pouco menos de 400 mil hab.) é infinitamente mais cosmopolita. Por se tratar de um centro financeiro e de negócios de importância mundial, atrai pessoas de todos os lugares e, de fato: numa volta pela cidade se vê asiáticos, latinos, europeus, africanos e porae vai, bacana. Bastante limpa e organizada, me abri pro sistema de transporte público, super eficiente (meu chefe disse que o sistema de transporte público suíço é famoso inclusive na Alemanha). Por exemplo, pra chegar ao trabalho eu pego dois trens e um tram mas essa função toda leva meia hora, no máximo. Preços: são altos pra quem vem com alguma moeda que não Franco e que valha menos...se tu ganha em Francos ou vem com euros é sussa...achei Amsterdam, por exemplo, mais cara em geral.

No mais, tudo indo. Procurando encontrar meu lugar aqui ainda, me sentir parte (pela experiência anterior, acho que leva mais um mês pelo menos). Às vezes, dá uma preguiça ter que construir relações, identidade e tudo isso de novo, do zero...mas a opção foi minha e tou feliz!
No fim, ficou gigante o tópico, era mais pra dar notícias mesmo. Com o tempo, posto fotos e me aprofundo mais nos assuntos! :)

beijo pra quem é de beijo.

domingo, 7 de novembro de 2010

Notícias do lado de cá

Embora tenha as impressões da última viagem pra compartilhar (Paris) os últimos acontecimentos meio que forçam deixar esse sharing pra depois e focar nas novidades.

Como comentei neste post, o meu intercâmbio na Shell aqui em Cracóvia, que inicialmente seria de 1.5 ano, terminará antes, ao final de novembro.

Sabendo disso (e sabendo também que não queria voltar pro Brasil já no fim do ano) tratei de me mexer, virei EP (Exchange Participant) de novo e comecei a busca por um novo intercâmbio, no início de setembro.

Aí é aquela coisa né, prepara carta de motivação, envia CV, espera resposta (que algumas vezes não vem), recebe um, dois, três nãos e porae vai...nessa seleuma se passaram dois meses (setembro e outubro).

Até que, sexta passada, após quase dez candidaturas e dois meses eu recebi o telefonema pelo qual eu tava esperando...há dois meses:

"- Hello, I'm happy to say that you have been the one chosen by the managers to work for Kraft Foods, congratulations!".

Siiiiiim, filhotes, consegui!!!!! Fui selecionado (em linguagem aieseca, "dei match") para uma vaga na área financeira da Kraft Foods, em Zurique, na Suíça!!!! \O/

Começo dia 1º/12, embarco dia 29/11!

Tou num misto de alívio com felicidade muito bom, mesmo! Viver na incerteza é foda...

No fim, deu tudo certo. Como tinha dias pendentes pra tirar na Shell ainda, trabalho mais essa semana e na outra já saio de férias, até o fim do mês. Vou aproveitar pra ir a Varsóvia (sim, aos 47 min. da prorrogação) e dar mais umas voltas...

Agora tá rolando aquela sensação de despedida, saudades antecipadas....de Cracóvia, dos amigos, enfim. Tenho esse mês ainda pra curti-los bastante mas vai ser difícil deixar tudo isso pra trás. Let it go, simply!

E a vida segue seu rumo...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Україна, чому б і ні?

Ucrânia, por que não? Com essa pergunta na cabeça, eu, a Dê e o Filipe (amigos/colegas de trabalho) decidimos dar uma pulo neste que é um país que geralmente fica de fora dos roteiros tradicionais pela Europa. A cidade: Lviv, quarta maior cidade ucraniana, a 320 Km de Cracóvia.



A Ucrânia (assim como Bielorrúsia, Romênia, Bulgária...) é o que os centro-europeus (como os poloneses, tchecos, húngaros e eslovacos gostam de serem chamados) chamam de "Leste Europeu". "Leste Europeu" aqui é uma denominação que denota atraso, subdesenvolvimento,comunismo entre outras referências não muito boas, portanto, não preciso nem dizer que os "centro-europeus" não gostam de ser chamados assim, hehehe...



O país era um dos mais importantes da antiga URSS. Era onde se desenvolvia parte significativa do programa espacial soviético (a temática dos cosmonautas - como eram chamados os astronautas soviéticos) é bem presente. Algumas correntes políticas locais são a favor da adesão à U.E mas é pouco provável que isso aconteça num curto prazo, já que a proximidade da Ucrânia com a Rússia ainda é muito grande, principalmente porque este último vende boa parte do gás utilizado pela Ucrânia e o faz com descontos bem gordos, em nome de apoio e alinhamento.

Cartaz de propaganda militar da era soviética, hoje parte da decoração do hostel onde ficamos.



Por não fazer parte da União Européia, cruzar a fronteira terreste entre Polônia e Ucrânia exige paciência: primeiro, se passa por um posto de fronteira polonês, toooodo mundo entrega os passaportes, eles checam. Depois, posto ucraniano....de novo, toooooodo mundo entrega os passaportes. Nessa brincadeira, ficamos 2.5 horas parados na ida e 5h (sim, CINCO!!!!) na volta, surreal! O.o




A primeira impressão sobre a Ucrânia, ainda antes de ir, quando fui trocar dinheiro: "lá deve ser tudo muito barato!" Pensa, 1 PLN (Zloty, moeda polonesa) compra quase 2,5 UAH (Hryvnia Ucraniana), logo, troquei 150 PLN e fiquei com quase 400 UAH (também chamado por nós de "dinheiros", porque a pronúncia era meio complicada, heheh... "rrirívnia"). Doce ilusão. Ao mesmo tempo que o dinheiro parece "inflar" a carteira, ele se vai com facilidade, pois qualquer coisa lá custa muitos dinheiros...um Big Mac menu, por exemplo, custava em média 40, 50 UAH!! Uma noite no hostel custou 90 dinheiros e porae vai...me fez lembrar a época dos cruzeiro no Brasil.

Hryvnia Ucraniana (UAH). 1 UAH = € 0,09

Sobre a cidade: mesmo tendo sido parte da Polônia à época das fronteiras móveis, a arquitetura de Lviv pouco se assemelha ao que se vê por aqui, embora seja igualmente interessante. Mas uma coisa chama atenção logo na chegada: os caras tão um (alguns?) passo (os) atrás ,mesmo da Polônia, o que dirá da Europa Ocidental. Ônibus antigos e fumacentos, trams caquéticos circulando pela cidade e o estado de conservação de algumas construções denunciam a falta de recursos.




Assim como Cracóvia, a atração principal de Lviv é o centro histórico: uma praça principal, em torno da qual gira boa parte da vida cultural da cidade, a ópera (muito bonita), ruelas, cafés...interessante! Uma coisa meio foda é o idioma, já que o ucraniano é escrito em alfabeto cirílico (como o russo) ou seja, não dá nem pra tentar ler alguma coisa, hahahaha!!! A sorte é que a Dê fala polonês e as duas língua são mais ou menos semelhantes e deu pra se virar (no caso, a Dê se virou e nós fomos na onda, heheh...).

Ópera de Lviv

Placa em ucraniano. Sacou?




Távamos de bobeira na praça central no sábado à tarde e tinham uns Seg Ways pra alugar pra dar uma banda pela praça...25 dinheiros por cinco minutos (que foram oito). Pensei: "ahhhh, eu nunca andei num tróço desse, bora!!", heheh...é divertido até, gostei!




Bom, o valeu o passeio e companhia! =)




Fotos aqui (têm fotos da câmera da Dê também)



Findi passado fui à Wadowice, cidadezinha a 1h de Cracóvia onde nasceu João Paulo, "O" Segundo, heheh...mas essa fica pra outro post.




Próxima parada: Parrrrí, mon amis!!!! Vou com o Ovelha e o Pedrão e lá encontro o Gabriel e a Mel, amiga de Porto Alegre que tá fazendo intercâmbio em Portugal, chego sexta à tarde e volto segunda pela manhã. Detalhe: com tanta data pra ir, vamos justamente agora que tem greve e o bixo tá pegando por lá, isso é o que eu chamo de senso de oportunidade, hahahahah! Aaaalgo me diz que isso vai ser bão!