Ao contrário do que o título do post possa sugerir, a situação na Polônia não é de caos político, anarquia nas ruas ou outras formas de desordem, pelo contrário: as coisas continuam a andar, as pessoas trabalham, a polícia está nas ruas, obras acontecem, enfim. Por mais que um evento dessa magnitude, em que morreram os dirigentes mais importantes do país, tenha uma baita relevância, não adianta, a vida, a economia e as instituições precisam continuar funcionando.
Vi que a notícia saiu nos jornais do Brasil, mas só pra fazer um resumo: no sábado, dia 10, um avião que contava com quase 100 pessoas a bordo (o presidente e a primeira dama poloneses, o chefe do exército, o presidente do Banco Central e outros figurões) caiu na Rússia, próximo a cidade de Smolensk (froteira com a Bielorrússia). Todas estas pessoas se dirigiam até à Rússia para as homenagens aos mais de 20 mil presos políticos poloneses mortos há 70 anos naquela mesma região pela então União Soviética sob o regime stalinista. Por hora, assume o governo o presidente do parlamento, mas, segundo a Constituição Polonesa, novas eleições devem ser convocadas até sessenta dias após a morte do presidente (as eleições de fato aconteceriam em setembro).
É meio complicado para um estrangeiro se sentir plenamente comovido, acho que só sendo um cidadão do país mesmo. Claro, o cara fica chateado pelas mortes e pela forma como foi, mas o fato de não ser daqui permite que veja as coisas com um pouco mais de distanciamento.
No sábado à tarde, fomos dar uma volta no centro e, já na ida, se percebia que o país estava de luto: bandeiras polonesas com fitas pretas nas janelas, vitrines, nos carros, nos bondes...o Carrefour do shopping não abriria no domingo em homenagem às vítimas bem como eventos esportivos e festivos foram cancelados (até um evento da AIESEC foi cancelado). Fomos à pé até o Wawel (castelo de Cracóvia) e tinha um multidão lá, muita gente mesmo. Depois li na internet que era uma vigília em homenagem às vítimas também. Enfim, uma comoção gigante (e parece que em todo o país tá assim).
Vi que a notícia saiu nos jornais do Brasil, mas só pra fazer um resumo: no sábado, dia 10, um avião que contava com quase 100 pessoas a bordo (o presidente e a primeira dama poloneses, o chefe do exército, o presidente do Banco Central e outros figurões) caiu na Rússia, próximo a cidade de Smolensk (froteira com a Bielorrússia). Todas estas pessoas se dirigiam até à Rússia para as homenagens aos mais de 20 mil presos políticos poloneses mortos há 70 anos naquela mesma região pela então União Soviética sob o regime stalinista. Por hora, assume o governo o presidente do parlamento, mas, segundo a Constituição Polonesa, novas eleições devem ser convocadas até sessenta dias após a morte do presidente (as eleições de fato aconteceriam em setembro).
É meio complicado para um estrangeiro se sentir plenamente comovido, acho que só sendo um cidadão do país mesmo. Claro, o cara fica chateado pelas mortes e pela forma como foi, mas o fato de não ser daqui permite que veja as coisas com um pouco mais de distanciamento.
No sábado à tarde, fomos dar uma volta no centro e, já na ida, se percebia que o país estava de luto: bandeiras polonesas com fitas pretas nas janelas, vitrines, nos carros, nos bondes...o Carrefour do shopping não abriria no domingo em homenagem às vítimas bem como eventos esportivos e festivos foram cancelados (até um evento da AIESEC foi cancelado). Fomos à pé até o Wawel (castelo de Cracóvia) e tinha um multidão lá, muita gente mesmo. Depois li na internet que era uma vigília em homenagem às vítimas também. Enfim, uma comoção gigante (e parece que em todo o país tá assim).
Bandeira na saída do meu prédio
Bonde com bandeirinhas polonesas de luto
Velas acesas em frente ao palácio presidencial, Varsóvia
Bonde com bandeirinhas polonesas de luto
Velas acesas em frente ao palácio presidencial, Varsóvia
Como em toda história, sempre é bom ouvir outras opiniões, ter outras referências.
Ontem, durante o intervalo da tarde, eu tava conversando com o Krystian (um dos poloneses que trabalha conosco) sobre essa comoção toda e ele disse que há muita hipocresia, tanto da parte das pessoas quanto da mídia, em relação a todo o barulho que tá sendo feito. Segundo ele, o falecido presidente Lech nem era uma pessoa tão popular e querida assim, principalmente por ser um político de direita muito conservador e, por vezes, até mesmo antiquado em determinadas decisões. Os principais jornais poloneses (o Rzeczpospolita e o Gazeta) sentava o pau direto no cara, por exemplo. O Krystian é de Varsóvia e, segundo ele, durante o mandato de prefeito do ex-presidente, a cidade pouco avançou, poucos investimentos foram feitos e por aí vai. Some-se a isso o fato de o cara estar cercados de figuras sabidamente corruptas . E, pra piorar, o fato de o falecido presidente não ser uma pessoa das mais polidas, não falar inglês e etc. o fazia menos popular diante da classe média/alta polonesas (aliás, já vi um cenário parecido com esse em uma certa república da América do Sul, heheheh...).
O Krystian é um crítico ferrenho da Polônia e largou que, agora as pessoas pelo menos tem do que falar aqui e que essa morte do presidente mais parece um reality show, heheheh....bom, o cara nasceu e se criou aqui né, algum embasamento ele deve ter, eu só ouço. O fato é que, embora fosse um "euro-cético", o país avançou muito nos últimos anos, tendo sido o único da Europa a não entrar em recessão durante a crise mundial, ponto pra ele.
Ah, o Luís (portuga que mora comigo) acabou de vir me falar (e depois confirmei): o enterro do cara e da primeira dama vai ser AQUI EM CRACÓVIA, no Wawel (onde tão enterrados os reis poloneses) e detalhe: vem pro enterro Obama, Dimitri Mdvedev e cia. Ltda, tá aqui o link com a notícia, mais de 1 milhão de pessoas são esperadas. =O CARALHOOOO, essa cidade vai virar um caos, imagina??? Sábado e domingo, quem puder, que vá dar a sua banda em outros pagos, porque Cracóvia vai tá virada um pandemônio...
Mesmo sendo um evento triste e a cidade enchendo de gente, presenciar um momento histórico como esse acho que vai ser, no mínimo, interessante. Como diria o Anonymus Gourmet, "voltareeemos!"
Ontem, durante o intervalo da tarde, eu tava conversando com o Krystian (um dos poloneses que trabalha conosco) sobre essa comoção toda e ele disse que há muita hipocresia, tanto da parte das pessoas quanto da mídia, em relação a todo o barulho que tá sendo feito. Segundo ele, o falecido presidente Lech nem era uma pessoa tão popular e querida assim, principalmente por ser um político de direita muito conservador e, por vezes, até mesmo antiquado em determinadas decisões. Os principais jornais poloneses (o Rzeczpospolita e o Gazeta) sentava o pau direto no cara, por exemplo. O Krystian é de Varsóvia e, segundo ele, durante o mandato de prefeito do ex-presidente, a cidade pouco avançou, poucos investimentos foram feitos e por aí vai. Some-se a isso o fato de o cara estar cercados de figuras sabidamente corruptas . E, pra piorar, o fato de o falecido presidente não ser uma pessoa das mais polidas, não falar inglês e etc. o fazia menos popular diante da classe média/alta polonesas (aliás, já vi um cenário parecido com esse em uma certa república da América do Sul, heheheh...).
O Krystian é um crítico ferrenho da Polônia e largou que, agora as pessoas pelo menos tem do que falar aqui e que essa morte do presidente mais parece um reality show, heheheh....bom, o cara nasceu e se criou aqui né, algum embasamento ele deve ter, eu só ouço. O fato é que, embora fosse um "euro-cético", o país avançou muito nos últimos anos, tendo sido o único da Europa a não entrar em recessão durante a crise mundial, ponto pra ele.
Ah, o Luís (portuga que mora comigo) acabou de vir me falar (e depois confirmei): o enterro do cara e da primeira dama vai ser AQUI EM CRACÓVIA, no Wawel (onde tão enterrados os reis poloneses) e detalhe: vem pro enterro Obama, Dimitri Mdvedev e cia. Ltda, tá aqui o link com a notícia, mais de 1 milhão de pessoas são esperadas. =O CARALHOOOO, essa cidade vai virar um caos, imagina??? Sábado e domingo, quem puder, que vá dar a sua banda em outros pagos, porque Cracóvia vai tá virada um pandemônio...
Mesmo sendo um evento triste e a cidade enchendo de gente, presenciar um momento histórico como esse acho que vai ser, no mínimo, interessante. Como diria o Anonymus Gourmet, "voltareeemos!"
eu ia justamente te mandar um email perguntando sobre a repercussão do fato por aí!
ResponderExcluirAgora não precisa mais =P
abração!!! hehehe
eu tava no hostel em buenos aires e tinha uns poloneses, quando ele soube ele deu um grito e depois ficou alegre. polonês é tudo doido =D
ResponderExcluirabss vinee!
Poiseh xuxu...bem o q eu tinha perguntado..e sobre a comparação com uma certa república latino-americana que fique clara q as coinscidencias são poucas...e há uma diferença beeem grande: O polonês era de direita...
ResponderExcluirta, sem mais delongas hehehe
beeeijos