domingo, 25 de julho de 2010

O melhor lugar do mundo: eu

Pois é, dúvidas em relação ao futuro não me faltam (mesmo) mas hoje, dia em que completo meio ano aqui na Polônia, essa é uma certeza que se impõe: o melhor lugar do mundo sou eu. Eu sou responsável por tornar o ambiente ao meu redor melhor. Tá, esse lance de que é possível se adaptar e se sentir pleno em qualquer lugar é controverso, uma vez que eu não sei como seria minha adaptação em um lugar onde há restrições a liberdades de comunicação e expressão, por exemplo. Felizmente, este não é o caso da Polônia. =)

Morar em outro país sempre foi um sonho e cada vez tenho mais certeza de que fiz a escolha certa. Estar longe das minhas referências tem sido um constante exercício de autoconhecimento e reencontro comigo mesmo. Sei lá, uma coisa que eu percebo é que parece que depois de viver essa experiência, vai ser difícil viver em uma realidade tão "normal" de novo, é como se uma mosquinha picasse o cara e a vontade de viver sempre prestes a descobrir coisas novas (por menores que sejam) ou pessoas novas se tornasse parte da minha personalidade, algo indissociável.

A adaptação a fatores externos (comida, hábitos e idioma) foram secudários no meu processo adaptatório, claro, não foi/está sendo 100% linear, mas aos trancos e barrancos vai. Pra mim, os maiores indicadores são internos. Um deles é a saudade. Se no início a saudade era algo que doía e incomodava, hoje ela "mudou de lado" e se tornou algo que me conforta de certa forma. Lembrar das pessoas queridas e dos lugares e saber que daqui algum tempo eu vou reencontrá-los é muito bom.

O equivalente a "sinto sua falta", em polonês. O Mathias e a Cris me mandaram essa foto semana passada, queridões! (e escreveram certinho, até os acentos! =)


Outra coisa que rolava muito no início era ver a galera no Brasil combinando festas, viagens, chimas na Redenção e eu não poder ir, a vontade de estar lá era enorme. Hoje, isso já praticamente não acontece mais. Não que eu não tenha vontade de fazer essas coisas com eles de novo (pelo contrário) mas é fato: a vida lá continua acontecendo e a minha aqui tem que acontecer também, paralela e independentemente, da melhor forma possível.


E qual é a melhor maneira possível? Ó, se é a melhor eu não sei mas que conhecer gente nova ajuda, ajuda! Até pouco tempo, eu tava naquelas: queria muito conhecer pessoas novas (principalmente daqui de Cracóvia) mas não sabia direito como. Sair na rua dizendo "oi, sou o Vinicius, estou fazendo intercâmbio aqui, quer ser meu amigo?" ou então colar cartazes nas faculdades? Ou redes sociais na internet? Puetz, difícil meo, comofas? Empreendi algumas tentativas que não deram muito certo até que descobri no Couch Surfing (CS) uma ferramenta interessante. Fui num encontro de um pessoal do CS semana passada, bem tri...já peguei uns telefones, fiz alguns contatos...tá indo! Vamvê se prospera...aliás, expatriados de plantão (e não expatriados também) o CS é a dica pra quem quer conhecer gente nova. Em geral, as pessoas são super abertas e um dos lemas é justamente conhecer gente nova, ficadica. Ah, e o lance de conhecer gente em festa funciona também, viu? Conheci dois caras daqui de Cracóvia muito gente fina numa festa dia desses, fomos numa festa de novo no sábado. Às vezes, quando menos se espera, surgem pessoas interessantes!

Bom, o fato é que entre idas e vindas a experiência tem sido muito boa. Hoje, já sei mais ou menos o que eu deveria fazer depois de terminada essa fase mas sinceramente não tenho certeza se é o que me faria mais feliz. De qualquer forma, tenho um ano pela frente ainda (que vai voar, sem dúvida)...pensar na vida, planos, carreira e essa coisa toda cansa, cansa muito. Mas fazer isso em doze suaves prestações cansa bem menos, heheh...




6 comentários:

  1. é incrível como parece que, independente do lugar em que se tá, o sentimento acaba sendo praticamente o mesmo; uma sensação de que não se aguenta mais, seguida de uma certa conformidade e, depois, a rotina, né? mas com certeza essa sensação de saber que tem alguém sentindo tua falta do outro lado ajuda, e muito. eu sinto tua falta, só pra constar =)

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  2. e eu sinto a falta de vocês dois, chus! :D

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  3. Vinicius, muito bom o seu post!
    Sou da @RP e estou em Santiago, Chile, há 6 meses também e você descreveu certinho o que sinto neste exato momento. Acabei de voltar de férias do Brasil porque fui contratada e a saudade e o fato de saber que verá todas as pessoas queridas de novo um dia realmente é confortante.
    E o X só abre as portas do mundo inteiro que ainda temos para conhecer. É só o começo de tudo... =)
    Abraços,
    Marina

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  4. Vini o teu post está demais. Muito bom MESMO! A parte que tu escreveu "Sair na rua dizendo 'oi, sou o Vinicius, estou fazendo intercâmbio aqui, quer ser meu amigo?'" é simplesmente hilária! :D Boa sorte no teu próximo um ano de intercâmbio. Estamos aí, tu sabe né? :P Tem uma bolinha vermelha em Taiwan no teu Visitor Locations! #D

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  5. Vineeee... Saudade doida! Tu tá 100% certo... Aproveita cada vez mais aí, esse aprendizado é único! Beijão!

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  6. É meu garoto.

    Muito bom mesmo! =)
    Totalmente válido para quem acaba de começar um intercâmbio e ainda não sabe quando será o final hasuashuas

    Grande abraço mano!

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